29 junho 2007

para outro lugar




Há também aqueles dias em que dá uma vontade irresistível de ir passear. Mais que passear, viajar.
No outro dia dizíamos que viajar é viver muitas vezes.
É mais fácil estar-se mais atento.
Sente-se mais.
E vivemos na altura. Vivemos quando voltamos a casa e não conseguimos falar, quando não queremos falar. Vivemos quando revelamos as fotografias. Vivemos quando contamos o que nos aconteceu e o que vimos. Vivemos sempre que recordarmos um qualquer pormenor. Pela vida fora.
Há dias em que dá uma vontade irresistível de ir passear.

Esta imagem... curiosidade e estranheza, quase medo. Como as viagens.
Esta música porque gosto de a ouvir enquanto vejo a cidade passar no vidro do autocarro.



Imogen heap / álbum Speak for Yourself / Hide and seek
fotografia de Steve Mccurry

REGABOFE

s. m. (pop.) grande divertimento; festa em que se come e bebe à tripa-forra; folia. (de regar+bofe)

para quem tem a mania de gozar comigo quando eu digo "isto é um regabofe"... e mais... vou começar a dizer "à tripa-forra".

Orquestra Sinfónica de Chacao

Como dizer pouco de sobre esta Orquestra. É o propósito deste link que aqui podem encontrar.

Sir Simon Ratter, Maestro da Orquestra Filarmónica de Berlim disse "... esta não é uma orquestra calculadora que é o que se pretende obter na Europa e Inglaterra, é uma orquestra que toca desde algum lugar muito profundo..."

Melhor.













O que eu tenho a dizer é que são absolutamente fantásticos!
Muitos, mais que muitos instrumentos. Um pouco perdida por vários, completamente vidrada num ou outro.
A música que lembra bons filmes sul americanos. Aquela forma de viver que oscila entre uma tristeza doída e a mais genuína explosão de gozo pela vida!
Apetecia arredar as cadeiras todas e começar a dançar.
Eu pensei assim... porque hei-de estar tão zangada com o que aconteceu esta tarde se existem estas coisas!!!

O que eu queria mesmo dizer é que eu queria saber tocar trompete.

27 junho 2007

Ritual














8:20
Cozinha. Frigorífico: leite e café.
Pego em duas chávenas.
Uma com um pouco de leite.
Outra com um fundo de leite e café de cevada.
As duas no microondas. 1,5 minutos.
Tiro um café.
Junto o café à primeira chávena. Açúcar. Bebo.
Num prato ponho os flocos e deito o leite com café de cevada em cima.
Como.
8:30
Saio de casa.

Hoje. Tirava os talheres da gaveta. Empurrei-a com a anca direita.
Ele disse: - Não feches!
Olhei e: – Porquê?
- Olha para trás.
Olhei e... ri-me:

A porta das chávenas do leite.
A porta do prato.
A porta do microondas.
A porta da chávena de café.
A porta dos flocos.

Todas abertas.
Também fazem parte do sonolento ritual.

26 junho 2007

What Sound
















Duas coisas.
Uma, deixar que as pessoas sejam como são. Gostar muito delas assim.
E outra, dizer sincera. Dizer o que achamos que podem melhorar.
Juntar as duas.
A verdade, dita de uma forma redonda, nunca me zanga.” Foi o que me respondeu.
Foi o que ela me respondeu quando peguei num papel e lhe escrevi. Com muita calma. Carinho também. A palavra redonda era o que lhe pedia, uma palavra que me pedem também.

Quase sempre reajo mal quando me fazem o mesmo. A semana passada também. Porque chateia mesmo que estar sempre perto mas nunca lá. Nunca completamente bem. Sempre aquela nódoa numa coisa que nos dizem ser bonita.

E sei que a entristeci. Não sei ainda se a afastei.
Sei que leva tempo. Espero (in)quieta. Sem perguntar.



lamb / álbum What Sound / gabriel
fotografia: Miguel Angel Cuadrado

(não me lês aqui, mas eu acredito na força do bem-querer)

23 junho 2007

Daybreak






lisa ekdahl / álbum sings Salvatore Poe / daybreak
fotografia de steve mccurry.


Quando uma música combina com uma imagem.
Ou só um pretexto para pôr a duas.

Eu não quero casar

No meio dos meus silêncios hoje pensei assim…
É bem diferente dizer…

Eu não quero casar.
Eu não quero casar porque uma pessoa nunca sabe o que pode acontecer, não é um papel que nos manterá juntos.

Ou…

Eu não quero casar.
Eu não quero casar porque eu sei que quero viver apaixonado por ti o resto da vida e isso podemos festejar todos os dias e não tudo num só dia.

Na primeira hipótese ficaria insegura.
Na segunda, não casava!



publico, mais uma vez, este texto de que gosto muito:

"Não acredito no casamento. Juro, a sério que não. Que fique desde já bem claro. No seu pior, considero-o um acto político hostil, uma forma de homens de espírito tacanho manterem as mulheres em casa e sem que os macem, embrulhadas no lençol das tradicionais balelas religiosas. No seu melhor é uma feliz ilusão, de duas pessoas que realmente se amam e não fazem a menor ideia do mal que se farão uma à outra. Mas quando duas pessoas sabem mesmo o que as espera e decidem, de olhos bem abertos, casarem-se à mesma, nesses casos não o considero nem conservador nem ilusório; acho o casamento radical, corajoso e muito romântico"

A personagem Tina brindando ao casamento de Frida Kahlo e Diego Rivera.
No filme "Frida"

22 junho 2007

quiet...?

Quieta
Furiosa
Irritada
Acelerada
Deliciada
Salto mortal
Desajeitada
filme Musical

Este videoclip é de 1995.
Nessa altura ficava a ver, à espera do salto mortal.
Depois, não sei bem porquê, por vezes dançávamos a música. E oscilávamos entre quase parados e a deflagração.
Sempre que o vejo e oiço penso... combina comigo.
Fico bem disposta!

Turtles can fly



.
.
sinopse / comentários outros:
"Numa aldeia do Curdistão iraquiano, na fronteira entre o Irão e a Turquia, os seus habitantes procuram desesperadamente uma antena parabólica para se manterem actualizados em relação à iminente invasão americana do Iraque… Chegado de uma outra aldeia, com a irmã mais nova e o filho dela, um rapaz mutilado tem um pressentimento: a guerra está cada vez mais perto… "

"Bahman Ghobadi (Um tempo para cavalos bêbados, 2000), ele próprio Curdo-Iraniano, utiliza imagens duras e cruas ao colocar caras na abstracção de que ouvimos falar de longe, mas em nenhum momento o seu intuito é chocar ou explorar o sofrimento humano. Filmado em território iraquiano após a queda de Saddam Hussein, o elenco inclui muitos jovens não profissionais que já sofreram a dor na sua própria pele, representando experiências reais..."

..............

Ainda que doa.
Ainda que aquela língua nos soe muito mal. Jeito estridente de falar.
Ainda que a história seja dura. Feia. Triste. Assustadora.
É preciso ver. É preciso saber.
Um grande amigo dizia que o mais fantástico do cinema e dos livros é podermos viver muito mais vidas do que a nossa. Vidas que nunca teríamos tempo para saber.
Nem que seja um bafo desagradável, um breve e incompleto bafo que nos transforma.

20 junho 2007

Sopro






















Há dias em que sopra com demasiada força a sensação de que sou demasiado pequena para aquilo que vou fazer.
Há dias em que ventania se faz demasiado por aqui e a vontade de fugir, para o que já sei que faço bem, é demasiado grande.
Há alturas em que estes dias se repetem demasiado.

17 junho 2007

Casa de areia













"uma narrativa misteriosa e feminina"
(Fernanda Montenegro)
Imensos: Tórridos: Brancos: Ventosos: Desesperantes: Maravilhosos:
Lençóis Maranhenses.
Infinidade de dunas. Ausência de direcção.
Femininas. Corajosas. Procurando um sentido. Encontram-se.












Cada imagem. Cada uma delas... uma fotografia que apetece guardar.

O realizador: Andrucha Waddington
O director de fotografia: Ricardo Della Rosa
Alguns actores: Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Seu Jorge, Emiliano Queiroz.

16 junho 2007

Rua coberta

Ele disse assim:
- A mãe e a tua irmã já escolheram uma árvore para plantarmos na quinta. E tu qual queres para ti?
Eu já tinha escolhido outras em outros anos. Mas não tive de pensar:
- Quero uma daquelas que existem ao lado do jardim da Sereia, que põem o chão todo roxo.
Soube depois que se chamava Jacarandá. O meu Jacarandá vive ao pé do meu Chorão, junto à horta, e vejo-o tornar-se numa árvore grande.



Hoje lembrei esta história ao passar naquela rua.
Hoje lembrei porque escolhi aquela árvore.

Pas si simple














Hoje vesti uma saia vermelha.
Subi para cima da sanita, como nunca faço. Para ver se estava bem.
Abri a janela. Estava a chover. Muito.

E ao anoitecer














e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia

al berto



múm / álbum finally we are no one / green grass of tunnel

apenas porque sim



música de Ryuichi Sakamoto

porque sim pode ser razão.

14 junho 2007

cores do tempo




gosto das cores do tempo.
gosto de as encontrar nas casas velhas.
gosto de as observar nos objectos ferrugentos.
gosto de as afagar no focinho dos bichos.

gosto de me sentar ao pé de quem tem muitas cores e muito tempo.

10 junho 2007

Samba



Deixo-vos a ouvir com calma.
Escrevi as frases que mais gosto.
Sei as que não gosto, não sei se por serem mentira...
Hoje fiquei a ouvir. Mais devagar.
Benção. Não me lembro de ter pedido a alguém. Mas se pedisse era assim esta salgalhada de gente que admiro, que gosto, que me criaram, que viajam comigo.
A vida é pra valer!

08 junho 2007

Nascer-do-Sol. Pôr-do-Sol.

Os meus dois doentes têm o mesmo nome.
- Sr. C. como está hoje?
E o outro responde sempre também. Um porque é velhinho e meio surdo e o outro porque tem períodos de desorientação.

Hoje. Especialista, o meu tutor: de ponte. Interna de medicina interna mais velha: de ponte. Interna do ano comum (um ano à minha frente): de ponte.
Acordei, estranhamente, muito acordada. Estávamos entregues à nódoa de um interno. A ignorância abunda, mas essa eu até compreendo, mas a absoluta falta de interesse ou vontade de aprender é insuportável.
Acordei, estranhamente, muito acordada.

Cheguei ao hospital.
O Sr. C. da cama junto à janela estava de olhos fechados, quieto, encharcado em sangue. Roupa e chão. E boca.
- Sr. C.! Sr. C.!
Abriu os olhos e falou. Aliviei.
Procurei saber o que se passava. Ninguém sabia ao certo. Remeteram-me ao processo: incompleto. O interno disse que não era um doente dele (faz parte dos 6 da nossa equipa, mas ele só quer saber dos que são mesmo dele). Escondeu-se, como costume, num qualquer assunto administrativo.
A enfermeira fazia perguntas a mim. O doente estava assustado.
Fosse algo simples ou complicado (hemorragia na gengiva ou hemorragia das varizes esofágicas) aquilo tinha de parar! Engolir sangue naquela quantidade dá encefalopatia.
Telefonei. Falei. Pedi.
Felizmente era mesmo da gengiva e depois de uma viagem à estomatologia e alguns pontos ficou bem.

O Sr. C. mais velhinho (diz sempre: “tenho mais de 100 anos”, mas não tem), a quem eu me refiro carinhosamente por Tutankamon (que agora mesmo descobri que significa "Graciosos da vida é Amon", que além do facto de ser magríssimo combina ainda melhor com a pessoa), estava bem. Sempre simpático, sincero. Levei-o para o corredor na sua cadeira de rodas “Aqui ao menos vê gente!” e ele riu-se concordando.
Estava farta de tentar ver resultados de análises. Queria saber a evolução dele. Mas resmunguei para o computador: “Hoje está tudo de ponte, até o laboratório!”. Estava para desistir. Ir embora. Passava da hora… “Vou lá ver mais uma vez”, sabia que o interno não se ia dar ao trabalho.
Potássio 7,5!!!
- N !!! (outro interno) o meu doente da cama x está com potássio 7,5.
Largou tudo.
- Isso tem de se tratar já, ele morre em poucas horas assim! (por enfarte do miocárdio)
E procurámos os dois quanto soro e em que percentagem administrar. Quanta insulina. Pedimos ajuda. Espero que fique bem.

Sem querer, muitas vezes... dou por mim a associar os meus movimentos a uma qualquer música. Hoje foi esta A Comédia de Deus, de Rodrigo Leão - cinema (28 segundos, cuidado que ela repete se não a pararem)


- Hoje tive, pela primeira vez, medo, medo mesmo.
- Hoje fiquei zangada porque detesto quando confirmo que não posso confiar naquela pessoa.
- Hoje fiquei triste, porque é demasiado estreita a linha entre o fazer bem e o fazer mal. O estar atenta e o descansar. Hoje fiquei triste porque é isso que me espera na vida toda.

Depois deste dia... outro ritmo quero: Um história Simples, Rodrigo Leão - Cinema.


Esta fotografia até a mim me lembra de mim.
Mas é do filme, "eu, tu e os que conhecemos".

05 junho 2007

vinte cinco




L.
Lembro-te na serenidade desses teus olhos azuis e sei que me olham com todos os cuidados de quem se preocupa, de quem gosta e quer bem. Bem mesmo.
Lembro-te nas cores dos teus cozinhados, no branco da tua camisa que diz que felicidade combina contigo.

Z.
Lembro-te crescido. Com atenção a pormenores que trazes contigo e que não se notando muito nos fazem sentir bem. Lembro-te enrolado a rir na rede, e de acordar contigo acordado há horas. Cúmplice sem uma única exigência, sem uma única pergunta, comigo, seguro.

C.
Lembro-te meiga. Lembro-te divertida. Discreto e absoluto resguardo. Lembro-te a rir da tua habilidade para a ginástica. Um medo lá no fundo que vem de uma expectativa, que se repete com o passar dos anos, que te custa, mas que sabes que podes confiar.

P.
Lembro-te, vou lembrar sempre, em pé, na erva, parecendo uma bailarina… porque te movias muito direita e explicavas exercício com suavidade e elegância. Chegas sempre quieta, muito quieta, e deixas-te ficar doce e exigente.

AC.
Lembro-te a “transportar o arco-íris” e a cara a fingir fúria que pões quando nós não acertamos com o nome da arte marcial! Ficas muito linda nessa cara: as bochechas muito vermelhas e os olhos verdes muito abertos. Indignada falas com as mãos, e eu penso sempre que serás muito competente em tudo o que fizeres. Gargalhada que parte tudo. Certificas-te se digo a verdade quando digo “estou bem”.

P.
Lembro-te chegado e zangado. Deixámos que a tua zanga contigo fosse suavizando, quase em silêncio. Delícia ver-te render à preguiça, à doidice de quem sente solto, a um gosto de tapa, a uma sombra quieta num dia de calor.

JL.
Lembro-te amigo. Meu amigo mais antigo. Ainda que não saibas ou não consigas sentir isso estiveste lá muito presente. Dormindo nas posições mais incríveis (maldade prenderem-te os pés às escadas :), procurando um pouco de colo, tranquilo.

M.
Lembro-te deitada ao sol, na erva, de camisa de dormir. Bonita.
Uma alegria desmedida. Lá dentro espreito quando me contas de ti, quase de fugida. Sempre mais perto.

AR.
Lembro-te na minha preocupação. Lembro-te corajosa, brava mesmo. Lembro-te querendo estar bem e cuidando de toda a gente, encontrando a comoção e a vontade de coisas boas recordar e sentir agora.

J.
Lembro-te faladora. Como sempre. Em busca das nêsperas. Em expectativa de quem trazes dentro da tua barriga. Apresentas com doçura, e desde já, aquele que sabes que será em mimos gostado.

I.
Lembro-te a fazer caretas para a fotografia. Muito teu. Fazes cara feia, falas muito, cantas, mostras o que parece ser tudo, e é muito, mas depois… depois ainda estou para descobrir, mas é maior. Muito maior. Lembro-te nessas vezes que olho para ti sem saberes. Nas vezes em que desconfio que olhaste.

N.
Lembro-te na tua máquina fotográfica. No teu tempo com a guitarra. No teu jeito de ser calmo, essa calma que é muito cheia de muita coisa, inquieta também. No teu jeito de fazer projectos e não os publicitar como grandes coisas, sem ocupar com elas o espaço, são tuas.

S.
Lembro-te a improvisar uma música, lembro o teu honesto “dá para cá esses ossos”. Lembro-te a ensaiar formas de ser grande mas com a irrequieta e irresistível vontade de ser desatinado, eufórico, livre! Lembro a minha zanga por te fazeres passar por mau enfermeiro. Que mentira feia.

M.
Lembro-te no teu jeito envergonhada. Sempre carinhosa, quase sempre recatada… e no meio do silêncio um sorriso grande, uma asneira divertida. Queria ter posto uma música que conhecesses, que gostasses, que te sentisses bonita a dançar.

LI.
Lembro-te na tua curiosidade. Na tua vontade de ir ver. Olhos abertos. Elogio pronto. Vontade de ver tudo. Emprestas entusiasmo às coisas. Até quando refilas muito comigo, até quando tiras fotos sem parar e fujo só para te ver refilar mais um pouco.

M.
Lembro-me de ti a jogar futebol. Mãos nos bolsos? Lembro-me de te ver olhar para as pessoas e de surpreender-me que ainda te lembras delas. Intrigado talvez por alguns deles não fazerem parte dos meus dias, que esses tu conheces bem. Atento. Sempre atento.

LD.
Lembro-te no teu cabelo bonito, preto; no teu abraço apertado de quem já dizia, sentindo, que me queria mesmo ver. Quanto tempo passa sem te ver? Nunca sei… não o sinto em cada vez que estamos juntas e não é preciso iniciar. Admiro mesmo as coisas bonitas que fazes.

A.
Lembro-te no teu jeito devagar de falar. Lembro-te no teu olhar que diz que ainda não disseste tudo o que querias dizer. Pensei… é preciso mais tempo, aquele sorriso merece um outro ritmo, uma outra conversa, quem sabe o mesmo lugar.


D, JP, ZP e JB também lá teriam estado se fosse possível. Senti a vossa falta.



Onde cresceram vocês?
Coimbra. Lisboa. Fundão. Paços de Brandão. Aveiro. Águeda. ilha de S. Miguel. Moreira de Cónegos. Moimenta da Beira.

Quantos de vocês nunca viveram aqui perto?
Olhei olhei... e não percebi como tive a sorte de virem parar à minha vida.

04 junho 2007

Me and you and everyone we know

Se me amas de verdade
Vamos fazer uma jura…
… Aqui, juntos. Agora mesmo.
- De acordo?
- De acordo.
Muito bem, repete comigo.
Vou ser livre.
Vou ser livre.
E vou ser valente.
Vou ser valente.
Muito bem.
E a próxima é…
Vou viver cada dia como se fosse o último.
- Essa é boa.
- Gostaste? Então, repete.
Vou viver cada dia como se fosse o último.
- Assombrosamente.
- Assombrosamente.
- Corajosamente.
- Corajosamente.
Com graciosidade.
Com graciosidade.


Pessoas sem saber como sair de um qualquer lugar.
Que tentam. E têm perseverança. E correm riscos.
Arrebatado. Incrivelmente negro. Sentido de humor. Vulnerável. Assustador. Completamente inocente. Honesto.



Realizadora: Miranda July
Queria mesmo pôr uma cena em que eles percorrem uma rua de encontro a um cruzamento... mas fica para mim e para quem foi ou vai ver.