25 abril 2010

PARE, ESCUTE, OLHE



Eu quis muito ir à linha do Tua.
E ninguém queria ir.
Tu disseste logo que sim, mesmo-mesmo no início da nossa história juntos. Fomos e Trás-os-montes, quente e verde, sincero e genuíno, acolheu-nos.
Sempre gostei de comboios, mas aquela linha tem mais qualquer coisa!

Ontem, no CAE na Figueira-da-Foz, vimos o documentário "Pare, escute, olhe" de Jorge Pelicano. Tínhamos já ouvido uma reportagem na Antena 1. Prometemos ir.
E fomos.
E ri-se. E entristece-se. E comove-se. E dá uma raiva cá dentro daqueles políticos (sim, têm nome: Mota Andrade, José Sócrates, Cavaco Silva) que em nome de um progresso bacoco e mentiroso destroem o Tua... e o resto do nosso património interior.

No site http://www.pareescuteolhe.com/ podem enviar uma carta de apelo aos deputados.

21 abril 2010

Morte



Quem mais sabe de mim enviou um texto do Público.
Terá dito Daniel Serrão:
"Para ajudar a pessoa que está em processo de morrer, o médico não tem de morrer. Aliás, o médico não pode morrer com cada doente seu que morre. Como não pode, por ainda ter medo ou angústia em relação à sua morte, investir em tratamentos fúteis ou inúteis na convicção que eles evitarão a morte do doente."

E tenho pensado muito nisto.
Um doente muito jovem a quem tive de acompanhar na morte... e essa morte antecipada na família. Houve 2 dias em que evitei ser eu a fazer-lhe a visita de manhã. Houve um dia em que decidi: a partir de agora farei sempre eu a visita.
E custa. Custa muito. E no entanto não acredito que se aprenda isto em aulas de anfiteatros, sinceramente eu não quero aulas sobre isto!
Mas também não quero o que ele passou... o acompanhamento amador. Eu e ele e a família a fazer o melhor que conseguíamos...
Como não morrer também sem me tornar um bloco de gelo?

"É por isso (..) que o médico, tem de aprender a colocar-se "na situação do doente, de experimentar a vivência interior que o doente tem do seu estado e de, a partir daí, viver com o doente e nos problemas do doente"; isto ao mesmo tempo que aprende, num equilíbrio precário, a proteger-se "do desgaste emocional excessivo". E isso dói? "Dói", assente Daniel Serrão. "Mas é preciso que o aluno passe por essa dor, um pouco misteriosa, de acompanhar o outro que morre, para que resolva a questão da sua própria morte, fazendo uma espécie de luto antecipado por si próprio."

Um doente mais velho que está vivo mas que está de dia para dia mais próximo do fim.
A tabela de medicamentos encolhe também de dia para dia...
"Devem ser prestados todos os cuidados de conforto. Dieta a gosto".
Escrevi eu (magoada) no cimo da tabela.
Espero. Espera ele. Luto antecipado.

Silêncio.

07 abril 2010

Amor e Liberdade






















Amor e Liberdade.
E o resto não interessa mesmo nada...
Aprendi com este livro. E faltam-me as palavras para falar de "Capitães da areia", ficam presas na garganta.