27 março 2011

Tu Gaio, ego Gaia

O casamento romano era muito simples.
Os nubentes limitavam-se a dizer “tu Gaio, ego Gaia”.
Significa: se tu estiveres feliz, eu ficarei feliz.
Mas, uma vez que Gaio era um nome próprio,
significava também “Se tu fores o Gaio, eu serei a Gaia”,
como quem diz “se fores o Mário eu serei a Maria”
ou “se fores a Francisca eu serei o Francisco”.
Ou sejam: reconheçam todos que esta pessoa é aquela que me é mais próxima, a que deve ser atendida em primeiro lugar (na ausência de filhos menores) e a que me representa na minha impossibilidade.
Ela é a minha família mais chegada.

Rui Tavares, Texto: Casamento≈contrato

Inspirados nesta expressão do casamento romano, dissemos nos nossos (também breves) votos de casamento:
se tu estiveres feliz, eu ficarei feliz.

Trabalho

Acordei eram 17:45. Mole, muito mole.
Depois de 23H (porque mudou a hora) de Urgência. 23H que me atropelaram e desfizeram. Morta de cansaço. Chateada. Irritada.
Acordei Mole.
É das poucas alturas que me dá para telefonar.
Comecei o meu dia a conversar com o meu pai sobre o facto de eu sentir que, actualmente, parece que só existem duas opções: ou trabalhas que nem um desgraçado ou não trabalhadas (isto não é uma escolha, e "quem trabalha deve dar-se por contente por ter trabalho!", ouve-se muito) E isso enerva-me!!! O trabalho é estruturante da vida, é necessário, é bom. Mas é apenas uma parte da vida e não deve engolir ou estragar as outras. Tanta tecnologia, tanto estudo psico-sociológico, tantas lutas, e parece que isto está só para piorar!!

Cheguei ao mail e um trabalho que enviei para um congresso foi recusado. Lamentava o júri. Ao contrário de me sentir triste, senti-me leve e alegre. Melhor assim! Pelo menos desta vez (a primeira até agora) a notícia chegou feliz para mim.


Porque não?

23 março 2011

Será?














Como oiço desde pequena... É nas alturas de crise que se pode dar a melhor das alterações, das mudanças, das festas. Mas é preciso estar atento. Vigilante e activo porque os maiores perigos, os fanáticos, os falsos detentores da verdade e das soluções espreitam, abrem a bocarra.
Tenho medo que Portugal escolha, numa votação fraca e desinteressada, apenas pela habitual roda das cadeiras.
Conseguiremos levar com a alegria da manifestação de 12.Março este país a bom porto?

The Wall


Roger Waters ontem no Pavilhão Atlantico.
“The Wall” foi humano e glorioso, empolgante!
(sic crítica de Mário Lopes no Público: aqui)

17 março 2011

Gostei!


Gostei!
No dia em que ouvi, sem perceber bem como, mudou-me o humor. Fiquei alegre e leve. E mais corajosa. Mais forte.

Time For Equal Pay


MADE IN DAGENHAM
Realizador: Nigel Cole.

Estava a faltar-me ver um filme assim. Cheio de coragem e justiça!

16 março 2011

às voltas























Esperam-me 4 dias às voltas no estudo dessa doença misteriosa chamada: Lúpus.
A ver se é desta que me esclareço.

13 março 2011

FOMOS MILHARES!!


Lisboa
12.Março.2011

08 março 2011

Em Cuba... escrevi:

Lisboa-Madrid-Havana

Finalmente chegámos a Cuba.
Trocámos dinheiro, viram-nos os vistos e viemos de taxi até ao Hotel Presidente****. Banho quente. Uma sandes a dois e dormir profundamente até de manhã. Um bom pequeno-almoço. Mas a diária sem ser por booking na net ficava muito cara (120 CUC) e por isso pegámos nas malas e fomos à procura do Deuville (junto ao mar - 82 CUC). Ali ficámos 2 noites.

Um quarto que parecia pendurado num 10º andar, com uma vista suja para Havana. Havana do ar parece cinzenta, destruída, ruínas e escuridão. À esquerda a vista era para o mar.

Começámos Havana pela piscina do Hotel (6º andar). Bem bom! Sol! À tarde aventurámo-nos pelo Malecon até Havana Centro e Havana Velha.
Descobrimos uma cidade com muita gente, muito movimento, com civismo, com uma quantidade inacreditável de palácios e bonitas e enormes casas. Avenidas. Uma cidade construída para ser grande, charmosa, linda!

Em todo lado se vê gente a restaurar, a pintar, a cuidar. Mas a cidade é muito grande e o dinheiro deve ser muito pouco. Está quase tudo velho. A cair.

O parque automóvel é velho e espectacular! Chegámos a andar num desses taxis (o nosso era vermelho, muito alto, com uma música techno divertida).

As pessoas são muito disponíveis para ajudar, mas não melgam. Se não queremos não insistem.
Na Havana Velha a maior parte do comércio é minúsculo. Uma pequena porta com um balcão onde se vende o que comer ou o que se arranja. Às vezes há um mercado e o que se vende é velho.

A Praça Velha é bonita e glamorosa. Certamente como seria Havana inteira. Dali partem ruas com cafés de tecto alto e mobiliário elegante. Apetece entrar. Apetece ficar. Por todo o lado há música. As pessoas cantarolam muito. A rua Obispo é a rua Augusta de Havana. Gente e lojas. Com o descanso que é não reconhecer marcas, com a (nossa) curiosidade pelo que virá.

(...)
Deixámos Havana rumo à praia mas não sem antes beber mojitos e daiquiris, seguir sem rumo, sentir a energia na Praça da Revolução, ver a arquitectura e a arte do museu de bellas artes, comer gelado na gelataria mais famosa e fazer amizade com um casal que se sentou na nossa mesa e depois jantar no bairro chino.

Em Cuba... escrevi:



Preguiça na praia. Apetece-me ler mas o Kyoto acabou logo em Varadero. O P anda a ler o Memorial do Convento mas esquecemo-nos dele no bungalow.
Preguiça... sem sono para dormir. Ou talvez sim.
Não sei muito bem o que sinta em relação a Cuba. Por um lado eu queria era viver aqui. Arranjar uma casa com o P, ter um quintal, ter esta gente como vizinha, viver a vida a este ritmo. Ter aqui os meus filhos, dar-lhes sol, saúde, educação, trabalho honesto. Tenho medo de ter os meus filhos em Portugal, lá já tudo é difícil de ser autêntico. Não sei se as pessoas são ou se fabricam.
Podia dar consultas ou trabalhar no hospital.
Por outro lado...
Por outro lado assusta-me esta sensação de que nascer aqui e crescer fechado. As perspectivas de se ter uma vida diferente da dos pais ou dos avós é pequena. Não se pode viajar, não se pode conhecer o mundo.
Talvez por isso este fascínio pelo turista, pelos sabonetes, pelas t-shirts. São fragrâncias desse mundo de que pouco sabem.
Alguma vez encontrarei essa tranquilidade de ter um trabalho que goste e em que me sinta confiante e uma vida calma/doce?

NOTAS:
1) À noite aqui no jardim pastam cabras, grandes e pequeninas! Parece-nos a nós que é assim que a relva se mantém aparada.

2) Finalmente à tarde o P conseguiu beber uma água de côco!

3) Tivemos um pôr-do-sol bonito na Praia Larga. Fomos à praia dos Côcos com muitas conchas estranhas.

4) Acordámos que vamos fazer um curso de mergulho em Portugal.

5) Escrevemos postais à família.

6) Conhecemos o Raùl, um senhor a vender búzios enormes na praia. Sorriu quando nos soube de Portugal. Contou-nos que conheceu muitos bons portugueses na guerra (88-90) em Angola. 27 meses. Gosta muito da bebida "sete upê". Era muito simpático. Disse para termos um filho rápido, que é muito importante (repetiu várias vezes o conselho)

Em Cuba... escrevi:

A PISCINA


A piscina do nosso hotel faz lembrar um cruzeiro ou uma colónia balnear de velhos.
A água é azul e até tem um rede de voleibol.
Tudo o mais é curioso.
São poucas cadeiras-espreguiçadeiras e, por isso, desde bem cedo de manhã que todas estão reservadas (com toalhas, roupas, etc). E assim ficam todo o dia. Com ou sem pessoas, elas estão reservadas! As cadeiras giram ao sabor do sol, ainda que isso implique ficar mesmo de frente para um muro.
De resto é vê-las, grandes, vermelhas e lustrosas. Grandes barrigas. Mais a cima, as cabeleiras são cinza/brancas

02 março 2011

Nota

Eu disse: Hoje vou às compras!!
Decidida.
Tu disseste gozão "Mas os saldos acabaram ontem!!"
O certo é que logo na primeira loja eu senti um enfado. Suspirei e pensei, não me apetece nada isto... Não é que as coisas não sejam bonitas, só que sei lá... dá-me uma impaciência. Tentei umas lojas mais e desisti.

Da minha mãe herdei a preguiça das compras.
Do meu pai o espirrar muito alto.

(2 coisas entre outras, mas das que tenho + praticado por estes dias)