23 junho 2011

Disco Voador



Eu, o meu sobrinho (3 anos e meio!) e a minha irmã:

Irmã: Quem te deu o teu CD preferido?
Sobrinho: Foste tu (apontando para mim)
Irmã: Ela é muito tua amiga!
Eu: Amiga e tia, já viste?
Sobrinho: Amiga, tia e música!!

18 junho 2011

Encontros



Ontem foi dia de comboio.
Nos comboios sinto sempre uma espécie de comoção.
Tantas viagens. Encontros e promessas.
Andei de metro e pensei, vou andar neste metro muitas vezes. Saí na paragem e pensei… qualquer dia já me serás familiar. Atravessei um jardim onde dezenas de homens jogavam cartas em cima de mesas de pedra cobertas com cartões (deve ser para as cartas não se arranharem… pensei).
Conheci a minha casa por 6 meses. Melhor, bem melhor do que imaginei. Percorri a minha nova rua. Descobri sem procurar um mini-mercado, uma peixaria, uma papelaria, uma oficina de carros… No prédio em frente mora um adepto do FCP (vê-se pela bandeira desbotada na varanda). Ao lado, numa casa com janelas e portas cimentadas, da única que sobra vi sair uma pomba, depois uma gaivota (!) e mais duas pombas. É engraçado conhecer os vizinhos. A velhinha da casa em frente emprestou-me um chapéu de chuva, mesmo sabendo que só volto em Julho.
Gosto de chegadas. Sei do que sentirei muita falta.

09 junho 2011

Admirável mundo novo

Tanto tenho ouvido, desiludida, a palavra "Mudar"
(mudar o quê, para quê? para onde... se é certo que é para pior.)
Triste destas eleições.



Resolvi ler "Admirável mundo novo", Aldous Huxley.
O livro veio parar às minhas mãos sem a menor intenção.
Deitei-me a ler num dia de enxaqueca. Forte. Tão forte que a TV me seria insuportável, e logo ela sempre a matraquear "mudar", "pagar", "sacrifícios", "dificuldades".

Pus os óculos escuros. Comecei a ler. Em 3 vezes o li.
Não é novidade para ninguém que esse livro escrito em 1932 é futurista e estranhamente actual.
Mas espantei-me. Indignei-me. É que no livro fala de "chefes políticos e o seu exército de directores que terão o controlo de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor à sua servidão"

Irritei-me. Porque não andamos muito longe disso. O discurso é "vencer", é "mudar de vida", é "confiança nos portugueses". E assim, esperam que nós nos orgulhemos, que sintamos paixão e fervor por estes "necessários, imprescindíveis" sacrifícios.

RAIOS PARTAM OS SACRIFÍCIOS e todas essas barrigas gordas que eles vão encher!!!!
RAIOS PARTAM essa falta de política e de visão económica. Estou farta de tanta mentira!

No livro também se fala muito em "estabilidade". Reconhecem??
Dizem que a verdade, a beleza, a ciência, a paixão, são tudo coisas que causam instabilidade. Tudo coisas a fazer desaparecer da face da terra. O que importa é a "felicidade", o "conforto". Não se remenda, compra-se novo! Não se anseia, não se procura, não se chora, não se adoece, tem-se facilmente o que nos deixam e condicionam a desejar.

"- Mas os inconvenientes agradam-me.
- Mas não a nós - volveu o Administrador. - Nós preferimos fazer as coisas com todo o conforto.
- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero a bondade, quero o pecado."


Eu também quero.

03 junho 2011

Sean Riley & The Slowriders



Em Fevereiro de 2008 eu escrevi aqui sobre eles (aqui)
Na altura fui levada por uma amiga, ao festival de gente sentada em Santa Maria da Feira. Gostei logo aos primeiros acordes.
Há talvez um ano lembrei-me de comprar o 1º CD deles, ponho a tocar no carro nos dias em que quero levantar ânimo.
No outro dia ouvimos na Queima.
Hoje, fomos ouvir o lançamento do 4º disco.

E, posso dizer, estão cada vez melhores!

Le Petit Cirque – cirque d’ objets sonores




Laurent Bigot


Quase me esquecia de escrever aqui.
Objectos tão pequenos. Um circo tão pequeno. E parecíamos duas crianças na expectativa, no entusiasmo, na surpresa. Cada som, cada ritmo, cada gesto.

Em Serralves em Festa, no passado Domingo

01 junho 2011

Pina Bausch


Realizador: Wim Wenders

Maravilhoso.
Parece que Pina era assim como o filme... fazia rir, fazia chorar, fazia dançar... dançar, sentir, viver.
Maravilhoso existirem pessoas capazes de criar outros mundos dentro do mundo.