Sabes o que a L quer fazer?
Diz que depois de tirar psiquiatria o sonho dela é ter uma vinha em Portugal. Aquilo é muito stressante e ela quer uma vida mais pacata.
Uns dias antes, a minha amiga I, com quem já não falava há anos, olhava serena, ora para a chávena de chá ora para mim, e explicava-me que ela e o namorado têm o sonho de montar um bar de praia. Já se candidataram, já ganharam um projecto, mas falta o resto. A vida em Lisboa é-lhes pesada e incerta. O bar não será leve nem certo, mas esperam que seja alegria.
Aqui e ali oiço pessoas que rondam a minha “geração” desencantadas com os seus ritmos de trabalho, com as perspectivas que estes lhes dão, com as incertezas a pesarem um dia-a-dia já pesado.
Parei e pensei.
- Será que somos mais preguiçosos e mimados que os nossos pais? É certo que nos tiram a pele nos dias de hoje, e por isso nos refugiamos em ideias mais ou menos poéticas de um futuro diferente (e digo poéticas, não digo ridículas ou fantasiosas!!), de um dia-a-dia sereno.
Mas do que me lembro dos nossos pais nos contarem… os primeiros anos deles também não foram nada fáceis.
- Será coisa de uma idade, de uma altura na vida? A Elis tem esta música de que gosto muito “Casa de Campo” que fala disso mesmo.
Fico na dúvida. E não sei como resolver o meu problema. É que tenho uma profissão que ainda por cima é suposto ser apaixonante...
11 março 2012
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