29 setembro 2007

Silêncio














"Naquela época eu tinha medo do silêncio e não percebia que não havia mal nenhum em ficar em silêncio a meio de uma conversa, ou mesmo em não haver conversa entre duas pessoas que vão lado a lado. O silêncio é como o mar. Envolve-nos, e pode submergir-nos, se não soubermos lidar com ele, mas pode também embalar-nos, se perdermos o medo e nos deixarmos ir. Em ambos, mar e silêncio, nada pior do que esbracejar de pânico."

A Espera de Rui Zink

Já tentei dizer muitas vezes que não me incomoda o silêncio.
Que é das coisas melhores que se conquista com alguém, esse embalo confortável.
Estamos com a pessoa, mas também estamos no nosso lugar. E esse lugar faz falta, às vezes. Outras vezes fugimos. Preocupo-me de ver alguém que gosto fugir muito, preocupo-me. Mas sei que é disparate meu, nem todos se acham no mesmo lugar.
E o melhor desse silêncio acontecido é sabermos que o interrompemos assim que quisermos e, ainda assim, não temos pressa.

Esbarrei com o texto na parte de trás do livro, na livraria. Virei e deixei-o estar.
fotografia: Gregory Colbert

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