25 abril 2012

25 de Abril

O feriado chegava com pouco ânimo para mim.
É um feriado-festa, mas cada vez mais um feriado-responsabilidade.
E ando cansada e desiludida das nossas políticas, das nossas perspectivas.
Gosto tanto deste país. Zango-me tanto de o esmifrarem assim, de o apequenarem assim.

24.04.2012
Véspera de feriado e resolvemos ir ao Cinema.
A escolha foi rápida e unânime: Sonhos de dança, nos passos de Pina Bausch.
Gostámos muito. Felizmente já tínhamos visto "Pina". Lembrei-me muito daqueles dias intensos do workshop de Clown. Tantas experiências em tão pouco tempo, um crescimento tão grande. Nunca me tinha sentido com tanto pavor (um dos exercícios era entrar na sala e fazer rir, só isso, fazer rir o máximo de tempo possível, sem preparações). Uma liberdade enorme depois!
Pina Bausch é liberdade e ternura. É exigência e beleza.

25.04.2012
Depois de uma tarde de deliciosa preguiça resolvemos ir ao cinema.
Mais uma vez a escolha foi unânime: Capitães da areia.
Lêmos o livro no ano passado. Gostámos muito os dois. Um daqueles livros em que me apaixono pelas personagens, em que tenho muita dificuldade em ficar sem continuar a ler. Um daqueles livros que ao ver chegar o fim começo a atrasar a leitura, quase dolorosamente, para que não acabe. E quando acabo fico em silêncio muito tempo. Muito quieta. Muito comigo. Muito junto ao livro.
Lêmos críticas más mas fomos. E gostámos. Porque conhecíamos as personagens (bem além do que o filme tem tempo para contar), porque as imagens são muito simples e belas, porque a música é boa, porque a capoeira está lá. Porque no fim ficámos os dois quietos, calados.

25 de ABRIL SEMPRE!!!
(hoje a minha tia disse que o meu avô estava em Lisboa nesse dia de 74, que caminhava a pé perto do terreiro do paço sem saber bem o que se passava. Um homem que caminhava muito, porque para ele "Mais vale andar do que estar")

11 março 2012

Na dúvida...

Sabes o que a L quer fazer?
Diz que depois de tirar psiquiatria o sonho dela é ter uma vinha em Portugal. Aquilo é muito stressante e ela quer uma vida mais pacata.

Uns dias antes, a minha amiga I, com quem já não falava há anos, olhava serena, ora para a chávena de chá ora para mim, e explicava-me que ela e o namorado têm o sonho de montar um bar de praia. Já se candidataram, já ganharam um projecto, mas falta o resto. A vida em Lisboa é-lhes pesada e incerta. O bar não será leve nem certo, mas esperam que seja alegria.

Aqui e ali oiço pessoas que rondam a minha “geração” desencantadas com os seus ritmos de trabalho, com as perspectivas que estes lhes dão, com as incertezas a pesarem um dia-a-dia já pesado.

Parei e pensei.
- Será que somos mais preguiçosos e mimados que os nossos pais? É certo que nos tiram a pele nos dias de hoje, e por isso nos refugiamos em ideias mais ou menos poéticas de um futuro diferente (e digo poéticas, não digo ridículas ou fantasiosas!!), de um dia-a-dia sereno.
Mas do que me lembro dos nossos pais nos contarem… os primeiros anos deles também não foram nada fáceis.

- Será coisa de uma idade, de uma altura na vida? A Elis tem esta música de que gosto muito “Casa de Campo” que fala disso mesmo.



Fico na dúvida. E não sei como resolver o meu problema. É que tenho uma profissão que ainda por cima é suposto ser apaixonante...

19 fevereiro 2012

TIBÃES



Paredes grossas. Longos corredores (e lembrei-me do meu pai contar que em corredores semelhantes correu muito e foi feliz).
Madeiras e móveis bonitos. Escadas grandes e pequenas. Esconderijos. Surpresas.
Quartos simples, entre o branco e o transparente. Uma janela para um jardim interior onde a luz e a sombra se juntavam numa linha perfeita.



Perdemo-nos. Calmos. Curiosos. Espreitámos por vidros. Olhámos para cima.
O cor-de-rosa ali muito confortável. Amores perfeitos semeados.
Comida com molho e cogumelos selvagens.
Sumo de laranja natural. As laranjas lá fora, mais que muitas.
Jardins a perder de vista, correntes de água, lago, escadas e flores.



Disse-te: Seria feliz a viver num mosteiro. Comida, roupa lavada, arrumação. Desprendida das coisas, sem dinheiro. Contribuindo para a comunidade... jardinagem, poda, horta. Escrevia e lia. Paz.
Seria feliz a viver aqui desde que vivesses aqui comigo.

02 fevereiro 2012

Saltos

Tive a sorte de me cruzar com um internista que sabe muito.
Esse internista também sabe ser intratável, é um facto.
Mas ele simpatizou connosco, sentava-se muitas vezes à nossa beira só para conversar. Bom humor, boas comidas, bons vinhos. Até deixou de pegar connosco.
Ensinou-me duas coisas que não queria esquecer:

1) "Mais vale estar doente do que ter um mau médico."
Parece lógico, mas responsabiliza-nos e disse perfeitamente o maior medo que eu tenho... fazer-lhes mal!

2) Escreveu no início da profissão, no seu curriculum, uma coisa com a qual, no fim de carreira, continua a concordar: "Ser internista é a medida do meu desafio intelectual. Agora não estou certo de gostar de ser internista, nem tão pouco de gostar de ser médico".
Fiquei estática. Como é que alguém tão competente, que sempre se aplicou tanto para saber tratar os doentes, que escolheu a área dos doentes mais graves, pode ainda ter dúvidas sobre se gosta daquilo... Ganhou uma dimensão muito mais humana, e fiquei com menos medo das minhas dúvidas.


Uns dias depois andei aos saltos por estas pedras na praia dos Lavadores, feliz a renovar votos em voz alta e a sentir por dois dias que ser médica não tinha importância nenhuma!

31 janeiro 2012

Post em atraso - III













Muitas palavras muito bem articuladas. Muitas definições. E eu gosto de definições (Dar a significação, o sentido, a definição de. Explicar; revelar. Determinar, fixar. Decidir). Uma girafa.

A cortar essas definições, uma euforia desmedida, os palavrões que libertam e fazem rir. Também gosto dessa maluquice. Um urso. O Judy Garland.

E no meio disto tudo, entre tudo, o seu enlace. Correrias e quedas, divertidos juntos.


Judy Garland aos saltos festeja o facto de estarem perdidos. Grita "Estamos perdidos! Estamos perdidos!! E achas que somos os únicos? Claro que não! Pensas que os outros não estão perdidos? Onde vais? - Para o trabalho, Para onde vais? - Para casa. E isso é saber para onde se vai? Não! Isso é andar aos círculos!"

Tristeza e Alegria na Vida das Girafas | Jan. TAGV

Post em atraso - II















Ela explicou o que é Tarara: espécie de ventilador, usado para separar os grãos de trigo da palha.
Doce, explicou que desde logo acharam muito poético aquele instrumento. E num instante todos queriam ter também uma tarara. Uma tarara que limpasse tudo o que não importa e deixasse apenas o essencial.
Claro que me apaixonei pela Tarara. E pelas músicas.

Diabo a Sete no TAGV no dia 27.01.2012

Post em atraso - I



Numa rua reencontrada. Uma porta desapercebida.
Um interior inesperado. Bom gosto. Lugares certos. Paladares requintados. Acolhimento e privacidade.
Uma casa de verdes e brancos.
Escrevemos no livro deste lugar: há uma ano casámos numa casa de verdes e brancos. Esta casa faz-nos brindar ao amor.

27 outubro 2011

Fim-de-semana



Porto ao vento e à noite…
Jantar no “Sessenta Setenta”, aproveitando a restaurant week. Boa comida. Bom vinho.
Café no “Piolho”.
Umas minis no “Era uma vez no Porto”.
Dançar no “Galerias de Paris”.
Passeios e “Plano B” para uma performance muito surreal.
Deitar tarde. Acordar tarde.

Pelo Porto à chuva…
Despedida difícil no aeroporto.
Jardim Botânico com amigos, 3 no mesmo chapéu-de-chuva, com o céu a desabar, a ver as estufas com cactos.
Casa Andresen com as fotografias de Harold Edgerton e o mundo mágico de Armanda Passos. A escada muito elegante.
Missa com Anselmo Borges, coragem e doçura.
Chuva. Chuva dentro de casa!

03 outubro 2011

Pelo Porto

Porto | Galeria de Paris (007)

O que gosto no Porto?
Gosto de andar sempre de autocarro. De ver as pessoas a esperar numa fila bem feita para entrar.
Gosto de encontrar entre a paragem e a minha casa: mercearias, talho, frutaria, cafés, restaurante, papelaria, padaria, peixaria, sapateiro, banco, lavandaria, oficina de carros, cabeleireiro,...
Gosto de ver como o comércio tradicional ainda existe aqui. Mandar arranjar um vestido numa oficina de costura antiga. Lojas de rolos de linhas, lojas de ferragens, lojas estranhas como "a Rússia no Porto".
Gosto de me sentar pelas 11:30 no Galeria Paris. Sempre na mesma mesa. A ler o meu D. Quixote ou uma dúvida rápida de trabalho antes de pedir o almoço e ir para o hospital.
Gosto da luz nas casas amarelas (junto à Cordoaria).
Gosto de descobrir locais modernos, originais, de bom gosto.
Gosto da equipa lá no hospital, descontraída. Discutimos e partilhamos decisões. Respeito pela gravidade dos doentes. Dizem-me que me acham boa-onda e calma (sorrio por dentro). Festas nos caracóis às vezes.
Gosto de encontrar-me por dentro do vidro, a ver o jardim lá fora, no creu.
Gosto de encontrar os amigos que aqui vivem.
Gosto mais de tudo contigo cá. É bom acordar depois de dormir muito (depois de uma noite de trabalho) e ir ter contigo ao parque da cidade ou à praia. É bom trazer o nosso gato para cá. É bom assistirmos a um concerto à tarde na casa da música. É bom namorar-te aqui (também).

29 setembro 2011

Por dentro do vidro













Quem diria que ouvir Ludovico Einaudi me faria sentir aquele arrepio. Ao olhar as árvores muito grandes naquele jardim bonito por fora do vidro, a música reconhecida, fez-me quase chorar de comoção. Contida, claro.
Lembrei muitas reuniões sentados no chão. Semana a semana. Muitas muito difíceis. Para mim.
Lembrei os amanheceres abafados em S. Tomé. Demasiado cedo. Lentamente. Um pouco receosa do dia que começava. Como seria? Como lidar com aquilo tudo... Tanto de belo como de duro.
Lembrei os fins de tarde em S. Tomé. Cansada. Momento de parar (nem sempre desejado, mas regra).
Fiquei comovida. Com vontade de agradecer muito a sorte que tenho tido. Com tudo.
A ver se páro mais vezes assim.

07 setembro 2011

Parecida



Acho que estou a ficar parecida contigo.
Estranho-te sempre quando te chateias com a caridade, com as campanhas de angariação de fundos. Parece-me sempre estranho que alguém seja contra isso. Apetece dizer-te: achas mal que as pessoas se organizem para fazer bem aos outros? Isso é bom!! É bom que alguém faça pelos outros em vez de fazer só por si.
Mas aquieto-me e já me explicaste que não aceitas que essas coisas se tenham de assegurar assim, que são ajudas pontuais que não resolvem nada estrutural. Defendes o direito ao trabalho, ao salário, à dignidade. Que é por isso que as pessoas deviam lutar. Por igualdade e justiça… E não o consolo de ajudar e depois votar alegremente em quem cria os mecanismos que provocam essa pobreza, essa humilhação.

Hoje parei para pensar no porquê de me chatear uma certa pressão para que me ocupe, pessoalmente, dos problemas de saúde da família. Porque fujo disso, de acompanhar às consultas, às urgências (pouco urgentes)… de dar a minha inteira opinião.
Desconforto.
Comodismo? Não digo que não. Sinto que preciso de lugar na minha vida para a não-doença, o não-trabalho.
É isso. Mas não só.
Parei para perceber.
Chateia-me a falta de confiança no médico que nos vê. Essa não confessa vontade ou convicção de que falhará. Os sorrisinhos de ironia disfarçados. Quando estou a trabalhar não gosto de sentir a pressão dos familiares ou amigos médicos (há aqueles que perguntam e acompanham sem pressionar, confiando. Mas a maior parte vem acrescentar o seu peso… para que não falhem os exames que acham que devem ser feitos, os diagnósticos, os tratamentos). Sussurra-se “é familiar de um colega…”
Chateia-me. Aquele doente não é diferente dos outros, não merece nada mais, nem nada menos, do que qualquer outro! E ao fazermos (os colegas) isso uns com os outros só aumentamos a desconfiança de quem não tem esse apoio.
E eu não gosto de contribuir para essa suspeita. Escolho, também eu, confiar (ainda que não presente, atenta) aqueles de quem gosto aos colegas… que acredito, estarão a dar o seu melhor.
Devíamos lutar por um acesso à saúde para todos, com qualidade, com exigência… sem privilégios nem favores!

Estarei a ficar parecida contigo?


fotografia nossa Grécia 2011

28 julho 2011

Impulso



Por natureza ou por não sei bem o quê... sou impulsiva.
As pessoas estão a falar comigo e eu lembro-me de uma série de coisas que queria dizer, que seria ajustado dizer.
Mas não gosto de interromper, especialmente se não conheço bem a pessoa. Geralmente não interrompo. Fico naquela inquietação, mas deixo a pessoa seguir o seu raciocínio. Estudo-a. Tenho a esperança de conseguir dizer no momento certo o que me vai no pensamento. Isto é, que a oportunidade não fuja.
Espero.
E muitas, muitas vezes não chego a dizer o que ia dizer.
Percebo que seria asneira... magoaria, seria mal interpretada, seria errado.

Hoje outra vez.
E fica um alívio muito grande por ter ficado em silêncio. Ganhámos as duas. Ficou uma sensação doce.

14 julho 2011

Periclitante



Aqui não sei bem se os dias passam depressa ou devagar.
Os procedimentos são muitos, mil pequenas tarefas e atenções. Vemos cada doente com muito cuidado, registamos tudo, apresenta-se sempre a história desde o início, discutimos tudo. Os doentes são poucos (nada que se compare às urgências habituais). São difíceis. Alguns doem muito, mas também se diz “temos de lhe dar tempo, pode ser que sim!”. Encontra-se calma, e alegria. Por vezes passa uma pessoa que nos trata com brusquidão, exige-nos que sejamos médicos (!), que pensemos profundamente sobre o que vimos. Estranhei-me por não me ter assustado assim tanto. Pensei... é bom para mim isto, é bom para o grupo. Põe-nos a estudar, a querer saber mais. Tenho a esperança que se nos achasse mesmo rascas e sem futuro que não se daria ao trabalho de nos corrigir.
Os dias não passam nem depressa nem devagar nesta linha periclitante que são os cuidados intensivos. Dias cheios. Incertezas tantas.
Não sei nada do que se passa aqui... mas penso quieta que também é preciso dar-me tempo.

23 junho 2011

Disco Voador



Eu, o meu sobrinho (3 anos e meio!) e a minha irmã:

Irmã: Quem te deu o teu CD preferido?
Sobrinho: Foste tu (apontando para mim)
Irmã: Ela é muito tua amiga!
Eu: Amiga e tia, já viste?
Sobrinho: Amiga, tia e música!!

18 junho 2011

Encontros



Ontem foi dia de comboio.
Nos comboios sinto sempre uma espécie de comoção.
Tantas viagens. Encontros e promessas.
Andei de metro e pensei, vou andar neste metro muitas vezes. Saí na paragem e pensei… qualquer dia já me serás familiar. Atravessei um jardim onde dezenas de homens jogavam cartas em cima de mesas de pedra cobertas com cartões (deve ser para as cartas não se arranharem… pensei).
Conheci a minha casa por 6 meses. Melhor, bem melhor do que imaginei. Percorri a minha nova rua. Descobri sem procurar um mini-mercado, uma peixaria, uma papelaria, uma oficina de carros… No prédio em frente mora um adepto do FCP (vê-se pela bandeira desbotada na varanda). Ao lado, numa casa com janelas e portas cimentadas, da única que sobra vi sair uma pomba, depois uma gaivota (!) e mais duas pombas. É engraçado conhecer os vizinhos. A velhinha da casa em frente emprestou-me um chapéu de chuva, mesmo sabendo que só volto em Julho.
Gosto de chegadas. Sei do que sentirei muita falta.

09 junho 2011

Admirável mundo novo

Tanto tenho ouvido, desiludida, a palavra "Mudar"
(mudar o quê, para quê? para onde... se é certo que é para pior.)
Triste destas eleições.



Resolvi ler "Admirável mundo novo", Aldous Huxley.
O livro veio parar às minhas mãos sem a menor intenção.
Deitei-me a ler num dia de enxaqueca. Forte. Tão forte que a TV me seria insuportável, e logo ela sempre a matraquear "mudar", "pagar", "sacrifícios", "dificuldades".

Pus os óculos escuros. Comecei a ler. Em 3 vezes o li.
Não é novidade para ninguém que esse livro escrito em 1932 é futurista e estranhamente actual.
Mas espantei-me. Indignei-me. É que no livro fala de "chefes políticos e o seu exército de directores que terão o controlo de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor à sua servidão"

Irritei-me. Porque não andamos muito longe disso. O discurso é "vencer", é "mudar de vida", é "confiança nos portugueses". E assim, esperam que nós nos orgulhemos, que sintamos paixão e fervor por estes "necessários, imprescindíveis" sacrifícios.

RAIOS PARTAM OS SACRIFÍCIOS e todas essas barrigas gordas que eles vão encher!!!!
RAIOS PARTAM essa falta de política e de visão económica. Estou farta de tanta mentira!

No livro também se fala muito em "estabilidade". Reconhecem??
Dizem que a verdade, a beleza, a ciência, a paixão, são tudo coisas que causam instabilidade. Tudo coisas a fazer desaparecer da face da terra. O que importa é a "felicidade", o "conforto". Não se remenda, compra-se novo! Não se anseia, não se procura, não se chora, não se adoece, tem-se facilmente o que nos deixam e condicionam a desejar.

"- Mas os inconvenientes agradam-me.
- Mas não a nós - volveu o Administrador. - Nós preferimos fazer as coisas com todo o conforto.
- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero a bondade, quero o pecado."


Eu também quero.

03 junho 2011

Sean Riley & The Slowriders



Em Fevereiro de 2008 eu escrevi aqui sobre eles (aqui)
Na altura fui levada por uma amiga, ao festival de gente sentada em Santa Maria da Feira. Gostei logo aos primeiros acordes.
Há talvez um ano lembrei-me de comprar o 1º CD deles, ponho a tocar no carro nos dias em que quero levantar ânimo.
No outro dia ouvimos na Queima.
Hoje, fomos ouvir o lançamento do 4º disco.

E, posso dizer, estão cada vez melhores!

Le Petit Cirque – cirque d’ objets sonores




Laurent Bigot


Quase me esquecia de escrever aqui.
Objectos tão pequenos. Um circo tão pequeno. E parecíamos duas crianças na expectativa, no entusiasmo, na surpresa. Cada som, cada ritmo, cada gesto.

Em Serralves em Festa, no passado Domingo

01 junho 2011

Pina Bausch


Realizador: Wim Wenders

Maravilhoso.
Parece que Pina era assim como o filme... fazia rir, fazia chorar, fazia dançar... dançar, sentir, viver.
Maravilhoso existirem pessoas capazes de criar outros mundos dentro do mundo.

08 maio 2011

Vagueando























Estava a estudar e estava cansada.
Disse, vou apanhar sol.
E deitei-me de barriga para cima na lage do poço.
Ainda vieste deitar-te ao meu lado. Mas estavas muito irrequieto e eu ralhei contigo "Não és nada contemplativo". E sem te zangares foste outra vez para o teu estudo na varanda.
Fiquei ali de olhos fechados. A vaguear nas ideias. Pensava, quase todas as árvores que veria daqui se abrisse os olhos são mais novas do que eu. E não há dúvida que são muito mais sábias e resistentes do que eu... Será que um dia conseguirei ser árvore?

06 maio 2011

Hoje comecei...





















Hoje comecei a pensar e planear a mudança por 6 meses para aqui. (a bem dizer até a essa data não tenho mais nada para planear!)
Um pouco impulsiva. Já não me espanto. Sinto-me divertida quando assim é.
Hoje comecei a sentir um pouco da reviravolta.
E tenho a certeza que na primeira noite em que me vir sozinha lá vou sentir exactamente assim "mas o que é que eu vim para aqui fazer?"
Tenho a certeza que vai ter muito de dureza esta opção, mas hoje estou divertida!

26 abril 2011

Teimosia e justiça

Um mês depois de ter comprado um pequeno computador numa grande loja, sem quê nem para quê, o ecrã começou a desaparecer! Pequenas linhas se esticavam e se engordavam fazendo impossível ver o que quer que fosse.
Fomos à grande loja. Tu reclamaste. Estava dentro da garantia. Disseram que problemas com o display consideram-se sempre mau uso, não entram na garantia.
Continuaste a reclamar. Os atendedores da loja iam mudando, como que subindo o nível de dificuldade num jogo. Cada vez mais agressivos. Tínhamos de pagar o orçamento e o arranjo e mais sei lá o quê. Disseram-te mesmo "Fica-lhe mais barato comprar um novo, está a ver!!" Mentiram, escrevendo "riscos profundos" na tampa do computador e "display partido". Tiraram fotografias, ficaram ofendidos com os nossos reparos ao zoom que estavam a utilizar. Tu continuaste a reclamar. Deixaste lá o computador para orçamento.
Reclamaste à DECO, que contactou a loja mas não tem poder executivo. Nada feito.
Passaram-se meses. Eu já me tinha dado por vencida.
Zangámo-nos com a loja. Porcaria das grandes superficies a quem mais um ou menos um cliente dá igual! Por essas e por outras temos feito por escolher o que é nosso, o que é tradicional e pequeno e precisa de nós (por exemplo com o casamento com excepção aos brincos baratos, comprámos tudo na baixa!).

Mas tu não, TU NÃO.
Investigaste e foste aos Julgados de Paz. Organizaste o dossier de reclamação.
Fomos lá os dois, iniciámos o processo contra a loja e contra a marca do computador (em última análise a loja desculpa-se sempre com a marca que não se responsabiliza). Marcámos a sessão de conciliação.
Mas não houve sequer conciliação, a loja contactou-nos a dizer que arranjavam o computador sem mais custos e pronto!!

E hoje e este post é já escrito no meu computador regressado a casa!

Viva os Julgados de Paz!
Viva a TI!!
Que me orgulho. Que admiro.

16 abril 2011

Foi um presente para nós. A T leu a frase há muitos anos num pequeno papel numa parede. Não esqueceu. Quis oferecer-nos. Faltava-lhe o como. A J foi a ajuda que ela precisava! E, agora, muito bonita faz parte da nossa casa. Parte mesmo.
BICA

Bica, essa palavra que tanto oiço ainda, significa:
"Beber Isto Com Açúcar"
Gosto muito disto, com açúcar ainda mais.

10 abril 2011

Que nobre!



Não surpreendida (afinal já se sabia de apoios anteriores ao PSD).
Aliás, com um certo gozo... Foi rápido a desiludir tanta independência!
Não deixa de me irritar. Respeito a Política e irritam-me todos os que contribuem para o crescimento do desinteresse, para frases como "são todos uns sacanas, são todos iguais."