14 janeiro 2008

Será machismo?



Pelas 11 da manhã de Domingo estava eu empoleirada em cima da chave que serve para abrir os parafusos do pneu. Os meus 49kg (surpreendentemente para mim) estavam a chegar para os rodar. Um pouco apenas, tendo o cuidado para não me desequilibrar (como avisava o manual de instruções… categoria de coisas à qual não sou nada dada, mas hoje decidi que o lia e seria para “não mais o repetir”).
Chegou um homem, das bombas, simpático perguntou se precisava da ajuda. Foi preciso dizer-lhe que não, não mesmo… é que eu estava numa “aula” de mecânica. Sim porque essas coisas é melhor aprender num dia por vontade, do que noutro por obrigação e longe de casa (ponho-me logo a imaginar: noite cerrada, temporal na estrada e eu a tentar mudar o pneu sem nunca ter visto o preciso macaco – podiam ser todos iguais, mas não! - nem todas as coisas que vêm naquela malinha). Ele estranhou, deve ter pensado “com aquela cara de menina, claro está que na hora H grita e pede ajuda!”
Ao que aparece fui aprovada na aula.



Pelas 11 da noite de Domingo estava eu decidida a estacionar num pequeno lugar. Pisca. Parar. Começar marcha-atrás. Um homem, que devia trabalhar naquele café resolveu parar. Ficou parado no passeio, pernas abertas, mãos na cintura. Escapou-se-lhe um sorrisinho gozão pelo canto da boca esquerdo. Fiz de conta que não o vi. Deve ter pensado “com aquela cara de anjo coitada, vai desistir”. Ao pensar no que ele estaria a congeminar fiz a minha cara de má. Ele lá ficou a ver como me desenrascava. Bati a porta com força, afastei-me decidida de um dos melhores estacionamentos dos últimos dias, colado ao passeio.

Nota final: expressões como "cara de menina" ou "cara de anjo" obviamente não são da minha autoria ou agrado.

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