21 abril 2008

Papel, qual papel?



Quando pergunto num serviço administrativo:
- Preciso então de trazer um papel?

[este conceito "um papel" é qualquer coisa que eu continuo sem perceber como ainda se multiplica-multiplica]

e do lado de lá do balcão uma cara mais ou menos atrapalhada me responde:
- É melhor trazer, para apresentar a...

E este "é melhor" demonstra a total ignorância da necessidade ou não do dito papel. Na dúvida, mais papel menos papel, que venha o papel.
Mas com este papel perde-se tempo, gasta-se gasolina, gasta-se paciência, gasta-se ecologia.
Com este papel enche-se um pouco mais o caixote do lixo ou os arquivos mal organizados.
Com este papel evita-se uma resposta com aquele tom bem má que eu sei que consigo ter "Melhor mesmo era informar-se se é PRECISO MESMO, não acha?"

Às vezes fico indecisa sobre qual a melhor solução:

1) inundar este tipo de serviços com má disposição, porque quando as coisas correm mal deve-se exigir melhorias;

2) puxar mais pela paciência, tentar entender que muitas vezes as coisas são mesmo complicadas e sobretudo não são da responsabilidade da pessoa atrás do balcão... e ir embora, aproveitar da melhor maneira o passeio, ver as paisagens, encontrar mais pessoas.


"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."
Che

sim, eu sei...

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