09 agosto 2009

Casa

Como se faz uma casa?
Ao nosso jeito. Meu e teu.
Não esquecendo as tropelias do Botas.
Nem os vasos de flores que eu vou experimentando, sol ou sombra.
As minhas faltas de jeito, as minhas fúrias.
As tuas migalhas, os teus sapatos 47.
A água amarela, as torneiras que pingam.
O sofá azul que o João emprestou.
A mesa, a estante que nós montámos.
As mesas que, medidas feitas, construímos e que depois pintámos.
As pessoas que recebemos.
A porta que fechamos nos dias em que esquecemos que o mundo existe.
As persianas que fechamos quando viajamos.
Os nossos livros, a nossa música.
O sol, muito sol pela varanda.
A roupa que se estende.
O som do ladrilho debaixo das corridas do Rafael.
As tuas guitarras.
O berimbau de boca que me enviaste para S. Tomé.

Assim é muito bom... mas,
Pela tua mão não me importava de não ter casa nenhuma!

2 comentários:

jlrfm1981 disse...

é bom não esquecermos quanto mais valem as mãos!

Anónimo disse...

Se um dia esqueceres a mão do amor, nesse dia morreste.
zé carlos