02 abril 2007

Respigar e rebuscar










Curiosidade.
Curiosidade de há muito tempo atrás.
Alguém que tinha dito “é muito bom…”
Curiosidade guardada, quase esquecida, por vezes acordada, estremunhada… adiada.
Ontem encontrada. Ontem escusada.
Hoje escolhida.
OS RESPIGADORES E A RESPIGADORA.
Um documentário muito mais que bonito. Muito mais que cruel. Muito mais que certo.
Consigo encontrar o mais fabuloso cinema.
Consigo encontrar a mais dura realidade (que mais uma vez digo “É preciso ver! É preciso saber!”)
Consigo encontrar uma certa cumplicidade, uma cumplicidade que corre em mim e vem de gerações… gostar de armazéns, de peças pequenas, de objectos abandonados, ferrugem, da delícia das lojas de ferragens… olhar para as coisas e querer recuperar-lhes vida. Parece que o coração se apressa. Apressa-se de vontade de os levar comigo, de lhes encontrar novos sentidos. Às vezes apenas porque têm graça. E essa graça não consigo explicar.
O gosto pelas prendas feitas… de coisas que não serviam para prenda, não serviam para nada.
Muito mais que certo. Porque é certo saber. Verdade.














foto: Agnès Varda, a realizadora e argumentista.
quadro: Des glaneuses de Jean-François Millet

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo ctg, o filme é fabuloso