05 junho 2007

vinte cinco




L.
Lembro-te na serenidade desses teus olhos azuis e sei que me olham com todos os cuidados de quem se preocupa, de quem gosta e quer bem. Bem mesmo.
Lembro-te nas cores dos teus cozinhados, no branco da tua camisa que diz que felicidade combina contigo.

Z.
Lembro-te crescido. Com atenção a pormenores que trazes contigo e que não se notando muito nos fazem sentir bem. Lembro-te enrolado a rir na rede, e de acordar contigo acordado há horas. Cúmplice sem uma única exigência, sem uma única pergunta, comigo, seguro.

C.
Lembro-te meiga. Lembro-te divertida. Discreto e absoluto resguardo. Lembro-te a rir da tua habilidade para a ginástica. Um medo lá no fundo que vem de uma expectativa, que se repete com o passar dos anos, que te custa, mas que sabes que podes confiar.

P.
Lembro-te, vou lembrar sempre, em pé, na erva, parecendo uma bailarina… porque te movias muito direita e explicavas exercício com suavidade e elegância. Chegas sempre quieta, muito quieta, e deixas-te ficar doce e exigente.

AC.
Lembro-te a “transportar o arco-íris” e a cara a fingir fúria que pões quando nós não acertamos com o nome da arte marcial! Ficas muito linda nessa cara: as bochechas muito vermelhas e os olhos verdes muito abertos. Indignada falas com as mãos, e eu penso sempre que serás muito competente em tudo o que fizeres. Gargalhada que parte tudo. Certificas-te se digo a verdade quando digo “estou bem”.

P.
Lembro-te chegado e zangado. Deixámos que a tua zanga contigo fosse suavizando, quase em silêncio. Delícia ver-te render à preguiça, à doidice de quem sente solto, a um gosto de tapa, a uma sombra quieta num dia de calor.

JL.
Lembro-te amigo. Meu amigo mais antigo. Ainda que não saibas ou não consigas sentir isso estiveste lá muito presente. Dormindo nas posições mais incríveis (maldade prenderem-te os pés às escadas :), procurando um pouco de colo, tranquilo.

M.
Lembro-te deitada ao sol, na erva, de camisa de dormir. Bonita.
Uma alegria desmedida. Lá dentro espreito quando me contas de ti, quase de fugida. Sempre mais perto.

AR.
Lembro-te na minha preocupação. Lembro-te corajosa, brava mesmo. Lembro-te querendo estar bem e cuidando de toda a gente, encontrando a comoção e a vontade de coisas boas recordar e sentir agora.

J.
Lembro-te faladora. Como sempre. Em busca das nêsperas. Em expectativa de quem trazes dentro da tua barriga. Apresentas com doçura, e desde já, aquele que sabes que será em mimos gostado.

I.
Lembro-te a fazer caretas para a fotografia. Muito teu. Fazes cara feia, falas muito, cantas, mostras o que parece ser tudo, e é muito, mas depois… depois ainda estou para descobrir, mas é maior. Muito maior. Lembro-te nessas vezes que olho para ti sem saberes. Nas vezes em que desconfio que olhaste.

N.
Lembro-te na tua máquina fotográfica. No teu tempo com a guitarra. No teu jeito de ser calmo, essa calma que é muito cheia de muita coisa, inquieta também. No teu jeito de fazer projectos e não os publicitar como grandes coisas, sem ocupar com elas o espaço, são tuas.

S.
Lembro-te a improvisar uma música, lembro o teu honesto “dá para cá esses ossos”. Lembro-te a ensaiar formas de ser grande mas com a irrequieta e irresistível vontade de ser desatinado, eufórico, livre! Lembro a minha zanga por te fazeres passar por mau enfermeiro. Que mentira feia.

M.
Lembro-te no teu jeito envergonhada. Sempre carinhosa, quase sempre recatada… e no meio do silêncio um sorriso grande, uma asneira divertida. Queria ter posto uma música que conhecesses, que gostasses, que te sentisses bonita a dançar.

LI.
Lembro-te na tua curiosidade. Na tua vontade de ir ver. Olhos abertos. Elogio pronto. Vontade de ver tudo. Emprestas entusiasmo às coisas. Até quando refilas muito comigo, até quando tiras fotos sem parar e fujo só para te ver refilar mais um pouco.

M.
Lembro-me de ti a jogar futebol. Mãos nos bolsos? Lembro-me de te ver olhar para as pessoas e de surpreender-me que ainda te lembras delas. Intrigado talvez por alguns deles não fazerem parte dos meus dias, que esses tu conheces bem. Atento. Sempre atento.

LD.
Lembro-te no teu cabelo bonito, preto; no teu abraço apertado de quem já dizia, sentindo, que me queria mesmo ver. Quanto tempo passa sem te ver? Nunca sei… não o sinto em cada vez que estamos juntas e não é preciso iniciar. Admiro mesmo as coisas bonitas que fazes.

A.
Lembro-te no teu jeito devagar de falar. Lembro-te no teu olhar que diz que ainda não disseste tudo o que querias dizer. Pensei… é preciso mais tempo, aquele sorriso merece um outro ritmo, uma outra conversa, quem sabe o mesmo lugar.


D, JP, ZP e JB também lá teriam estado se fosse possível. Senti a vossa falta.



Onde cresceram vocês?
Coimbra. Lisboa. Fundão. Paços de Brandão. Aveiro. Águeda. ilha de S. Miguel. Moreira de Cónegos. Moimenta da Beira.

Quantos de vocês nunca viveram aqui perto?
Olhei olhei... e não percebi como tive a sorte de virem parar à minha vida.

8 comentários:

palmo_e_meio disse...

Linda!!!
"Foi rápido... e foi bonito"
És bonita, és diferente, és especial. Gosto de ti e pronto!!
*
Parabéns!!!

palmo_e_meio disse...

E queria mesmo muito ter lá estado, mas estive...
Tenho um presente para ti... um dia destes;)

Anónimo disse...

Mas que história é essa da faladora???? Eu?

Comoveste-me com este post! É um hino à amizade e deixou-me muito babada de seres a minha mana...

Joana

mjp disse...

muito fixe :)
1 beijo!

Luís disse...

Genial ;)
ao teu jeito, com as tuas palavras, com as tuas imagens. Teu.
Parece que te imagino a escrevinhar isto num daqueles teus n caderninhos e com aquela tua caneta de tinta permanente. Só tu lol. Como se sentisse o palpitar dessas sinapses quando te passou esta ideia pela cabeça...lol
E a imagem dos lápis de cor, deliciosa...:)
beijinho

Anónimo disse...

Foi bom ter estado!!
Mesmo
bj
S
;)

mjp disse...

O vinte e cinco (25) é o número natural que segue o 24 e precede o 26.

O 25 é um número composto, que tem os seguintes factores próprios: 1 e 5. Como a soma dos seus factores é 6 < 25, trata-se de um número defectivo.

25 é o quadrado de 5. O quadrado perfeito seguinte é o 36.

in wikipedia

bjs

Anónimo disse...

hey, inezinha... sempre mais perto, gosto tanto de ti! adorei o fim de semana, estavamos mesmo a precisar de toda esta alegria, do sol, uns dos outros.
tão lindos os lápis coloridos! Adorava ir a uma fábrica onde fazem os lápis...