18 março 2008

Notas soltas




















Nota 1: Tenho uma Azálea temperamental. Desde que o JL me ofereceu que ela está na janela da cozinha… Primeiro pensei que era uma planta normal, que precisava de água e luz. Depois, pensei que ela não gostava era de ficar sozinha ao fim-de-semana. Agora, já percebi que ela é mesmo é temperamental, murcha quando lhe apetece. Parece querer castigar-me. Fico sentida, mas vou treinando-a a ser mais autónoma.

Nota 2: Vivo há 2 meses sem nenhum espelho em casa. O senhorio parece viver uma espécie de braço de ferro comigo para ver quem cede primeiro. Eu finco o pé e não compro eu o espelho. Está com azar ele, é que até vivo bem sem o dito objecto.

Nota 3: Sinto o dia-a-dia do centro de saúde entre a angústia dos domicílios, das visitas ao lar, as histórias de vida mais sujas e aflitas… e a simpatia mais profunda por alguns doentes, que me fazem chorar a rir ou ficar muito calada só a aprender.















Nota 4: Não falo muito nas consultas. Mas digo algumas coisas. E a médica costuma ficar calada enquanto eu falo. Muitas vezes reforça o que eu digo, qualquer coisa como “está a ver o que diz a minha colega?...” Mas fico sempre a pensar até onde é que posso ir, até onde é que não incomodo ou digo coisas com as quais ela não concorda. Hoje disse uma frase curta a uma senhora, na consulta, e a médica deu uma gargalhada honesta e disse para a doente, apontando para mim: “Eu gosto de a ouvir!”.
Fiz de conta que não era comigo.

Nota 5: Dediquei algum tempo a tirar as portas ao armário de parede da minha sala. Assim a sala não parece tanto um quarto e parece que cresceu. Um dia destes vou fazer, de uma terça parte dele, um candeeiro.

Nota 6: Já percebi que sou do género… não sujar muito, não deixar acumular, para depois não passar muito tempo a limpar. Assim diluo as limpezas por momentos muito pontuais nos dias das semanas… diluo a chatice das limpezas numa qualquer música de alguém bem mal-comportado.

Nota 7: Já me apercebi que vou ter de fazer algo que já não pensava voltar a fazer: comprar e gravar cassetes de música. O rádio do carro não dá para mais e as velhinhas que recuperei já arranham.

4 comentários:

Rosa Negra disse...

Notas soltas que ajudam a "arrumar" a vida. Gostei de ler :)

palmo_e_meio disse...

Tenho saudades tuas.
Mea colpa..

Anónimo disse...

sabes?

qq dia fazem azalias de plastico!!!!


e quem sabe essas nao murchem...
no entanto, talvez fiquem amarelas com o tempo

Anónimo disse...

O que li aqui, faz-me lembrar alguém com caracteristicas muito especiais e algo familiares. A verdade é verdade.O sentido de justiça e simplicidade está bem presente e, a alegria também :)