04 abril 2008

INTIMIDADE






















Tipicamente, por estas bandas, quando estou à espera num balcão ou numa fila e chega alguém, essa pessoa encosta-se a mim. É assim natural. Descansa um bocado do seu peso em mim. Sinto o meu corpo desiquilibrar um pouco. Não gosto desse encosto de desconhecidos, sinto que é quase uma imposição de presença. (INTIMIDADA?). Devagarinho dou um passo para o lado, devagar-bem-devagar para que a pessoa não tombe. Então, tipicamente também, a pessoa como que alivia, como que se alarga inspirando e pronto... está encostada a mim outra vez!

Já me explicaram que aquilo que consideramos a "distância de INTIMIDADE" varia de pessoa para pessoa e, ainda mais, de cultura para cultura. Aqui no Norte, nitidamente a distância encurta-se. Quando penso para mim "vá, que mal tem" até consigo encontrar graça, dou por mim a sorrir. E aí tento perceber se aquele encosto é quente, se é trémulo, se é conforto.


fotografia de Andrea Huber

1 comentário:

Unknown disse...

Esse tipo de intimidade assusta-me principalmente quando fazem mais do que encostar, e o cumprimento demasiado perto..

ahhhhh que saudades eu tenho do simples olá..