15 outubro 2008
mal disposta
É muito frequente os/as enfermeiros/as tratarem-nos mal. Respondem mal, questionam bruscamente, criticam impiedosamente.
É muito frequente os/as médicos/as lhes responderem ao supetão ou lhes prestarem desprezo.
Medem-se forças.
Eu sei que é uma luta antiga. Eu sei os motivos dela.
Mas não a compro! Aliás, acho-a um perfeito disparate. Prejudica todo o trabalho daquilo que devia ser uma equipa, prejudica os doentes.
A mim também, é frequente tratarem-me (acabadinha de chegar à profissão) com uma secura e agressividade que parece dizer "a mim não põe o pé em cima".
Mas eu insisto. Cumprimento-as todas. Tento saber os nomes. Falo-lhes com respeito, peço desculpa sempre que entro nos espaços delas, peço por favor que façam o que preciso para o meu trabalho, reconheço quando errei, peço ajuda quando não sei. E quando me respondem muito mal é frequente desarmá-las com a delicadeza com que lhes respondo (aliviam os rostos). Se mesmo assim insistem na rudeza, eu apenas saliento que é pelo interesse do doente que lhe peço aquilo... e deixo a zanga para mim.
Sei que me observam e testam. Mas alguma simpatia lhes vou duramente conquistando. Vale muito a pena!
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2 comentários:
Há uma enfermeira no nosso serviço, a senhora X, que é o cúmulo da antipatia. Nós gostamos de a cumprimentar também, de insistir no "bom trato" diário e de a ignorar de todas a vezes que ela é altiva, rude e despropositada. Ela fica, de facto, muito incomodada porque não lhe respondemos no tom e nós rimo-nos por dentro.
No mesmo serviço há x médicos que não nos olham, não nos reconhecem, não se dirigem a nós, fingem que somos fantasmas a circular, enquanto fazemos o trabalho que a eles também competiria...
Enfim, vidas difíceis ou mundos complicados? Ou simplesmente falta de amor próprio, reconhecimento e carinho?
Chega-lhes, mulher. Rapa do teu melhor sorriso e mostra-lhes que a vida com afectos vale mil vezes as vidas zangadas.
pai zé
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