08 março 2011

Em Cuba... escrevi:



Preguiça na praia. Apetece-me ler mas o Kyoto acabou logo em Varadero. O P anda a ler o Memorial do Convento mas esquecemo-nos dele no bungalow.
Preguiça... sem sono para dormir. Ou talvez sim.
Não sei muito bem o que sinta em relação a Cuba. Por um lado eu queria era viver aqui. Arranjar uma casa com o P, ter um quintal, ter esta gente como vizinha, viver a vida a este ritmo. Ter aqui os meus filhos, dar-lhes sol, saúde, educação, trabalho honesto. Tenho medo de ter os meus filhos em Portugal, lá já tudo é difícil de ser autêntico. Não sei se as pessoas são ou se fabricam.
Podia dar consultas ou trabalhar no hospital.
Por outro lado...
Por outro lado assusta-me esta sensação de que nascer aqui e crescer fechado. As perspectivas de se ter uma vida diferente da dos pais ou dos avós é pequena. Não se pode viajar, não se pode conhecer o mundo.
Talvez por isso este fascínio pelo turista, pelos sabonetes, pelas t-shirts. São fragrâncias desse mundo de que pouco sabem.
Alguma vez encontrarei essa tranquilidade de ter um trabalho que goste e em que me sinta confiante e uma vida calma/doce?

NOTAS:
1) À noite aqui no jardim pastam cabras, grandes e pequeninas! Parece-nos a nós que é assim que a relva se mantém aparada.

2) Finalmente à tarde o P conseguiu beber uma água de côco!

3) Tivemos um pôr-do-sol bonito na Praia Larga. Fomos à praia dos Côcos com muitas conchas estranhas.

4) Acordámos que vamos fazer um curso de mergulho em Portugal.

5) Escrevemos postais à família.

6) Conhecemos o Raùl, um senhor a vender búzios enormes na praia. Sorriu quando nos soube de Portugal. Contou-nos que conheceu muitos bons portugueses na guerra (88-90) em Angola. 27 meses. Gosta muito da bebida "sete upê". Era muito simpático. Disse para termos um filho rápido, que é muito importante (repetiu várias vezes o conselho)

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